Reconstrução do Genoma do Vírus da Gripe Espanhola Revela Adaptações Virais
A reconstrução do genoma do vírus da gripe de 1918 oferece informações sobre a evolução viral e a preparação para futuras pandemias. Uma equipe liderada por Verena Schünemann, da Universidade de Basileia, analisou uma amostra preservada de um paciente que faleceu durante a pandemia.
O material genético revelou que o vírus já havia desenvolvido adaptações importantes aos humanos no início da pandemia. A comparação com genomas demonstrou que a cepa possuía adaptações que aumentavam a resistência do vírus aos componentes antivirais do sistema imunológico humano e melhoravam sua capacidade de se ligar aos receptores de células humanas, tornando-o mais infeccioso.
Os pesquisadores desenvolveram um novo método para recuperar fragmentos de RNA antigo, permitindo a reconstrução de genomas de outros vírus de RNA antigos. Essa técnica é essencial, pois os vírus influenza usam RNA, que se degrada mais rapidamente que o DNA.
Pandemia de Gripe Espanhola
A pandemia de gripe espanhola, causada pelo vírus influenza A (H1N1), infectou cerca de 500 milhões de pessoas em todo o mundo entre 1918 e 1920. Estima-se que o número de mortos variou entre 17 e 100 milhões.
A análise do genoma do vírus de 1918 e o estudo de pandemias passadas são passos fundamentais para aprimorar a preparação global para futuras crises de saúde.
Vírus Influenza A (H1N1)
O vírus influenza A (H1N1) é um subtipo de Influenzavirus A e a causa mais comum da gripe em humanos. Este subtipo deu origem, por mutação, a várias estirpes, incluindo a da gripe espanhola.
A pandemia de gripe espanhola foi uma das mais devastadoras da história, ceifando entre 20 e 100 milhões de vidas em todo o mundo.