Compreender os fatores genéticos por trás da perda precoce da gravidez pode levar a uma melhor saúde reprodutiva e potenciais intervenções. Um estudo recente revela que novas mutações no feto contribuem para aproximadamente uma em cada 136 perdas de gravidez, destacando o papel crítico da genética no desenvolvimento inicial.
Cientistas da deCODE genetics, em colaboração com pesquisadores nórdicos, analisaram 467 amostras de perdas de gravidez. Eles compararam os genomas dos fetos com os de seus pais. O estudo, publicado na Nature, descobriu que os fetos perdidos devido à gravidez tinham um número semelhante de novas mutações em comparação com os adultos.
No entanto, a principal diferença foi que essas mutações nos fetos ocorreram em sequências genômicas essenciais. De acordo com Hákon Jónsson, um cientista da deCODE genetics, as mutações interromperam processos de desenvolvimento vitais. Os pesquisadores foram capazes de identificar quando essas mutações ocorreram durante o desenvolvimento fetal.
O estudo também identificou problemas de compatibilidade genética entre os pais como um fator de risco para a perda da gravidez. Guðný A. Árnadóttir, outra cientista da deCODE genetics, explicou que alguns casais carregam duas cópias defeituosas de certos genes. Isso pode levar à perda da gravidez, mas pode ser potencialmente resolvido por meio de tratamentos de fertilização in vitro (FIV).
Embora as mutações impulsionem a evolução, elas também contribuem para doenças raras e perda da gravidez. Esta pesquisa lança luz sobre a importância de sequências conservadas no genoma humano. Oferece esperança para futuras intervenções para reduzir o risco de perda de gravidez ligada à genética.