Pesquisadores recriaram em laboratório o íon hidreto de hélio (HeH+), a primeira molécula a se formar no universo, há aproximadamente 13,8 bilhões de anos. O experimento foi realizado no Instituto Max Planck de Física Nuclear (MPIK) em Heidelberg, Alemanha.
O HeH+ desempenhou um papel crucial na criação do hidrogênio molecular (H2), essencial para o resfriamento de nuvens de gás e a formação de estrelas. O experimento, conduzido utilizando o Anel de Armazenamento Criogênico (CSR), revelou que as reações de HeH+ foram mais significativas na química do universo primitivo do que se pensava anteriormente.
Um estudo publicado na revista Astronomy & Astrophysics, desafia teorias anteriores e sugere um papel mais substancial para o HeH+ nos processos químicos do universo primitivo. A taxa de reação do HeH+ com o hidrogênio não diminui em baixas temperaturas, o que significa que ele desempenhou um papel ainda maior no resfriamento do gás do que se pensava.
Rolf Güsten, do Instituto Max Planck de Radioastronomia em Bonn, liderou a pesquisa que detectou HeH+ no espaço. Em 2019, Güsten e sua equipe detectaram o íon hidreto de hélio na nebulosa planetária NGC 7027, localizada a cerca de 3000 anos-luz da Terra. A detecção foi realizada utilizando o Observatório Estratosférico de Astronomia Infravermelha (SOFIA).
A recriação do HeH+ e a compreensão de suas reações podem ter implicações para a astrofísica e outras áreas da ciência. O estudo de reações moleculares em condições extremas pode levar a novas tecnologias e materiais. A compreensão da química do universo primitivo pode fornecer insights sobre a origem da vida e a evolução do universo como um todo.