Meteorologistas de todo o mundo estão monitorando o Oceano Pacífico em busca de sinais que possam indicar o retorno do fenômeno La Niña até o final de 2025. Este evento climático, caracterizado pelo resfriamento anômalo das águas equatoriais do Pacífico, tem um histórico de influenciar significativamente os padrões meteorológicos globais.
Atualmente, o Índice de Oscilação Sul (ENOS) encontra-se em uma fase neutra, com uma leve anomalia de resfriamento de -0,3°C nas águas do Pacífico registrada em 14 de agosto de 2025. Embora a fase neutra tenha proporcionado condições de chuva próximas da média e aliviado situações de seca em diversas regiões, a tendência de resfriamento observada exige atenção contínua. Projeções de modelos climáticos, como o CFSv2 da NOAA, indicam uma probabilidade crescente de La Niña se estabelecer entre o outono e o inverno de 2025.
Caso se confirme, o fenômeno poderá trazer mudanças notáveis nos regimes de chuva e temperatura em várias partes do mundo. Para o México, especificamente, regiões como o centro, leste e sudeste do país, incluindo a Cidade do México, Puebla, Veracruz e Chiapas, têm uma probabilidade elevada de experimentar um aumento nas precipitações nos próximos meses. Historicamente, durante os invernos de La Niña, a precipitação tende a aumentar no centro e sul do México, enquanto diminui no noroeste.
A ciência por trás do ENOS explica que ele oscila entre três fases: El Niño (aquecimento), La Niña (resfriamento) e neutra. A transição para La Niña ocorre quando as águas do Pacífico equatorial central e oriental ficam mais frias que o normal, alterando padrões de vento e precipitação globais. Um exemplo histórico de um longo evento La Niña ocorreu entre 2020 e 2023, que trouxe secas severas para o Sul do Brasil e crises hídricas em outros países sul-americanos.
Especialistas alertam que, embora os modelos apontem para essa possibilidade, a concordância entre eles e o histórico recente de previsões equivocadas exigem cautela. O modelo CFSv2 da NOAA, que agora sugere La Niña para o final de 2025, previu um "falso La Niña" em 2024/25. A incerteza reside na consistência da resposta atmosférica às mudanças observadas no oceano, com algumas análises indicando que o aquecimento geral dos oceanos pode estar mascarando ou dificultando a identificação clara do fenômeno.
As autoridades meteorológicas recomendam que o público permaneça informado sobre as atualizações climáticas e siga as orientações oficiais para se preparar para as potenciais variações. A vigilância constante é fundamental para uma adaptação eficaz às mudanças climáticas antecipadas.