Estruturas Magnéticas em Ziguezague, Vistas no Sol, Detectadas na Magnetosfera Terrestre

Editado por: Tetiana Martynovska 17

Saiba mais sobre os ‘switchbacks’ magnéticos, um estranho giro magnético que não era esperado acontecer tão perto de casa.

Cientistas confirmaram a detecção de "switchbacks" magnéticos, estruturas em forma de ziguezague no campo magnético, nas proximidades da magnetosfera da Terra. Este fenômeno, anteriormente associado exclusivamente à vizinhança imediata do Sol, foi capturado pela Missão Multiescala Magnetosférica (MMS) da NASA, que utiliza um conjunto de quatro satélites em órbita terrestre.

A observação inédita localizou a estrutura híbrida na magnetosfera externa, especificamente na região conhecida como magnetosheath, a camada turbulenta adjacente ao limite magnético do nosso planeta. A missão MMS, que monitora a interação entre o campo magnético terrestre e o vento solar há quase uma década, identificou a anomalia ao examinar a fronteira planetária.

O mecanismo de formação sugerido para este switchback terrestre envolve a reconexão magnética explosiva. Este processo ocorre quando linhas do campo magnético solar, arrastadas pelo vento solar, colidem e se religam com linhas do campo terrestre orientadas de forma oposta. Análises detalhadas dos dados revelaram que a perturbação continha plasma de origem mista, indicando uma fusão entre o ambiente solar e o local.

A estrutura exibiu uma rotação breve antes de reverter à sua orientação inicial, deixando a assinatura em ziguezague característica, que se assemelha aos switchbacks observados mais perto do Sol. Pesquisadores como E. O. McDougall e M. R. Argall, da Universidade de New Hampshire (UNH), lideraram a análise que resultou nesta descoberta, publicada no Journal of Geophysical Research: Space Physics.

Esta descoberta tem implicações substanciais para a previsão do clima espacial. Se estruturas como os switchbacks puderem se originar localmente na magnetosfera, elas podem funcionar como pontos de ignição para tempestades geomagnéticas localizadas ou intensificar exibições aurorais de maneira imprevisível. A reconexão magnética, processo fundamental responsável pelo acoplamento entre o vento solar e a magnetosfera, pode desencadear tempestades que afetam redes de energia e sistemas de comunicação por satélite.

O achado sugere que o campo magnético da Terra possui a capacidade intrínseca de gerar ou amplificar turbulência sob certas condições, exigindo uma revisão dos modelos preditivos atuais de clima espacial. Anteriormente, a sonda Parker Solar Probe da NASA havia revelado que switchbacks são componentes típicos das flutuações do vento solar na heliosfera interna. A observação de um evento semelhante, composto por plasma misto, na magnetosfera terrestre, unifica observações e sugere que o processo de reconexão pode ser um mecanismo comum na interação Sol-Terra.

Estudar esses fenômenos em proximidade da Terra oferece a vantagem de permitir análises detalhadas, como a medição da velocidade das partículas e a rotação do campo, sem a necessidade de enviar sondas para a coroa solar. A equipe da MMS planeja realizar rodadas adicionais de observação na região para determinar com mais precisão as condições que desencadeiam esses eventos magnéticos.

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Fontes

  • Gizmodo en Español

  • Eos.org

  • Knewz

  • Discover Magazine

  • Techno Science

  • JGR: Space Physics

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