Incêndios na Península Ibérica Amplificados pelas Alterações Climáticas

Editado por: Tetiana Martynovska 17

As alterações climáticas, impulsionadas pela atividade humana, aumentaram drasticamente a probabilidade de ocorrência de ondas de calor extremas e dos consequentes incêndios florestais na Península Ibérica. Um estudo recente da World Weather Attribution (WWA) revela que as condições que alimentaram os devastadores incêndios de agosto de 2025 tornaram-se 40 vezes mais prováveis devido ao aquecimento global. Sem a influência humana, eventos climáticos desta magnitude ocorreriam apenas uma vez a cada 500 anos, mas com o aquecimento atual, estima-se que aconteçam a cada 15 anos. Adicionalmente, estas condições são aproximadamente 30% mais intensas do que no período pré-industrial.

O verão de 2025 foi marcado por uma das temporadas de incêndios mais destrutivas na região, com mais de 640.000 hectares consumidos em Espanha e Portugal, representando cerca de dois terços da área total afetada na Europa. Tragicamente, os incêndios resultaram em pelo menos oito fatalidades e forçaram a evacuação de mais de 35.000 pessoas. A intensidade destes incêndios é exacerbada por fatores como a rápida secagem da vegetação em períodos de calor intenso, que pode gerar ventos próprios e propagar as chamas com maior voracidade.

Um estudo da Universidade de Lisboa aponta que o êxodo rural e a consequente redução da agricultura e pastoreio tradicionais deixaram vastas áreas com acumulação de vegetação inflamável, um problema agravado pela gestão florestal inadequada. Em resposta à crescente ameaça, o Primeiro-Ministro espanhol, Pedro Sánchez, propôs um plano de 10 pontos para aumentar a preparação contra desastres naturais exacerbados pelas alterações climáticas, com ênfase na coordenação com Portugal e França. Esta iniciativa sublinha a urgência de combater as alterações climáticas e implementar medidas preventivas eficazes.

A gestão florestal, incluindo práticas como o pastoreio, queimadas controladas e limpeza de vegetação, é considerada crucial para mitigar riscos futuros. A União Europeia, como um todo, enfrentou o seu pior ano de incêndios florestais em 2025, com mais de 1 milhão de hectares queimados entre junho e agosto, emitindo 38 milhões de toneladas de dióxido de carbono. Portugal, por si só, registou mais de 280.000 hectares ardidos até o final de agosto, enquanto Espanha atingiu um recorde de 380.000 hectares. A análise científica demonstra que a mudança climática não só aumenta a frequência, mas também a intensidade e a duração das ondas de calor extremas que alimentam estes incêndios, tornando a ação coordenada e a adaptação medidas essenciais para a resiliência da região.

Fontes

  • www.kleinezeitung.at

  • AP News

  • Reuters

  • Euronews

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