Um incêndio florestal de grandes proporções irrompeu no departamento de Aude, no sul da França, consumindo mais de 16.000 hectares e marcando o mais severo incêndio de vegetação do país em quase 80 anos. O incêndio, que começou na terça-feira, 5 de agosto de 2025, perto da aldeia de Ribaute, no maciço de Corbières, foi descrito pelo Primeiro-Ministro francês, François Bayrou, como uma "catástrofe de escala sem precedentes". As chamas avançaram com rapidez alarmante, destruindo pelo menos 25 residências e forçando a evacuação de dois parques de campismo, afetando aproximadamente 500 indivíduos. Interrupções no fornecimento de energia elétrica deixaram cerca de 2.500 lares sem luz. Quase 2.000 bombeiros estão empenhados no combate às chamas, que se propagam a uma velocidade de 5,5 quilómetros por hora. A situação é agravada pelas condições climáticas, com previsões de temperaturas elevadas e ventos fortes para o dia seguinte, o que dificulta o controle do fogo.
Este incêndio é o maior registado em França desde 1949, ano em que um grande incêndio no sudoeste do país consumiu mais de 50.000 hectares. A causa exata do incêndio está sob investigação, mas as autoridades ambientais apontam para a seca prolongada e as condições de vegetação seca como fatores cruciais para a sua rápida propagação. A região de Aude tem enfrentado restrições no uso da água devido à seca, um reflexo das condições climáticas adversas que afetam o Mediterrâneo, uma das áreas de aquecimento mais rápido do planeta. O impacto económico deste desastre é significativo, com o setor de turismo e vitivinícola da região a sofrer perdas consideráveis. Voos foram cancelados e estradas, incluindo a autoestrada A9, que liga França e Espanha, foram temporariamente encerradas, causando disrupções no tráfego transfronteiriço e no turismo de verão. A União Europeia ofereceu apoio através do Mecanismo de Proteção Civil da UE, com bombeiros de outros países europeus a serem mobilizados para auxiliar nas operações de combate. A Comissão Europeia destacou a importância da cooperação e do posicionamento estratégico de recursos em áreas de alto risco para fortalecer a capacidade de resposta em toda a Europa. Este evento sublinha a crescente vulnerabilidade da região a incêndios florestais, exacerbada pelas alterações climáticas. A necessidade de repensar a gestão florestal e a implementação de espécies mais resistentes ao fogo são discutidas como medidas de longo prazo para mitigar futuros riscos. A França, juntamente com outros países mediterrânicos, enfrenta o desafio de adaptar as suas estratégias de prevenção e combate a incêndios a um clima em constante mudança.