O norte da China está a ser devastado por inundações severas após chuvas intensas, resultando em pelo menos 13 mortes confirmadas e várias pessoas ainda desaparecidas. A cidade de Ordos, na Região Autónoma da Mongólia Interior, foi particularmente afetada, com equipas de resgate a recuperar três corpos das águas. Três pessoas permanecem desaparecidas perto do Rio Amarelo, a aproximadamente 70 quilómetros de distância.
O distrito afetado recebeu mais de 204 milímetros de chuva em menos de um dia, o que representa mais do dobro da média de agosto. Este evento meteorológico extremo segue-se a um período de chuva sem precedentes em Hong Kong no início de agosto, onde caíram mais de 350 milímetros, causando perturbações generalizadas.
Em resposta à crise, o governo chinês comprometeu mais de mil milhões de yuanes (139 milhões de dólares) para auxiliar os esforços de recuperação. Este apoio financeiro destina-se à replantação, drenagem de terras agrícolas e reparação de infraestruturas em regiões como a Mongólia Interior.
A agricultura chinesa, vital para a segurança alimentar global, enfrenta desafios significativos devido a estes padrões climáticos extremos. Estudos indicam que chuvas intensas já reduziram o rendimento do arroz em cerca de 8% nas últimas duas décadas, com projeções de mais perdas até ao final do século, exacerbadas pelas alterações climáticas. A instabilidade nos padrões de chuva, com algumas regiões a sofrerem secas severas enquanto outras enfrentam inundações, sublinha a vulnerabilidade do setor agrícola chinês.
O Rio Amarelo, conhecido pela sua história de inundações devastadoras, incluindo a grande inundação de 1887 que causou um número estimado de mortos entre um e dois milhões, continua a ser uma fonte de preocupação. A gestão histórica do rio, incluindo a construção de diques, tem sido um esforço contínuo para mitigar estes riscos, embora a deposição de silte continue a apresentar desafios.
Os efeitos destas chuvas torrenciais vão além das perdas imediatas de vidas e danos materiais. A agricultura, espinha dorsal da economia chinesa e sustento de uma vasta população, está sob pressão considerável. As chuvas extremas e as inundações associadas ameaçam a produção de culturas essenciais como o arroz e o trigo, com impactos que se estendem à segurança alimentar global. A resposta do governo, com a alocação de fundos substanciais para a recuperação, demonstra a gravidade da situação e o compromisso em mitigar os danos e apoiar as comunidades afetadas. A resiliência das infraestruturas e a capacidade de adaptação às mudanças climáticas serão cruciais para enfrentar estes desafios recorrentes.