Em Bristol, Inglaterra, o inovador "Projeto Caminhos Polinizadores" está a transformar ruas urbanas negligenciadas em corredores verdes repletos de néctar, oferecendo habitats essenciais para polinizadores como abelhas, sirfídeos e joaninhas. Esta iniciativa comunitária visa combater o declínio acentuado das populações de insetos, documentado por estudos recentes.
Lançado por Flora Beverley, o projeto já revitalizou sete ruas na zona sul de Bristol em apenas um ano, com o apoio de voluntários e artistas locais. As transformações são impulsionadas pela comunidade, frequentemente realizadas em fins de semana e financiadas por pequenas subvenções e doações de empresas locais. Em abril de 2025, o projeto recebeu um impulso significativo através do programa de Pequenas Subvenções da Knowle West Alliance, permitindo a sua expansão. Os fundos foram aplicados na limpeza e enriquecimento de novas áreas, no plantio de espécies amigas dos polinizadores e na instalação de "hotéis para abelhas".
Estes esforços locais alinham-se com objetivos de conservação mais amplos, como o projeto "bee-line" iniciado em março de 2025 pela Avon Wildlife Trust e pela Royal Horticultural Society (RHS). Este ambicioso projeto pretende criar uma "autoestrada de abelhas" com 70 km, ligando habitats de polinizadores existentes em Bristol e Bath, um passo crucial para a preservação destas espécies vitais.
A urgência destas iniciativas é sublinhada por um declínio relatado de 63% nas populações de insetos voadores no Reino Unido entre 2021 e 2024, de acordo com o estudo "Bugs Matter". Especialistas como Dr. Lawrence Ball, da Kent Wildlife Trust, e Andrew Whitehouse, da Buglife, alertam para as consequências generalizadas desta diminuição, que afeta não só a saúde do mundo natural, mas também os serviços essenciais que a natureza nos fornece, possivelmente agravada por eventos climáticos extremos recentes.
O "Projeto Caminhos Polinizadores" em Bristol é um testemunho do poder da ação comunitária e da inovação urbana. Ao transformar espaços negligenciados em refúgios vibrantes para a vida selvagem, estas iniciativas combatem uma crise ecológica premente e promovem um sentido de pertença e responsabilidade partilhada dentro das comunidades urbanas, servindo como um modelo replicável para outras cidades.