A Sonda Solar Parker da NASA realizou uma observação direta e sem precedentes da reconexão magnética na atmosfera do Sol, um processo fundamental que impulsiona erupções solares e eventos de clima espacial com potencial impacto na tecnologia terrestre. Este fenômeno, teorizado há quase sete décadas, foi confirmado através de dados coletados durante o 13º encontro da sonda com o Sol em setembro de 2022.
Os resultados, publicados em 20 de agosto de 2025 na revista Nature Astronomy, validam modelos de simulação numérica que existem há décadas. A reconexão magnética descreve a quebra e reconfiguração dos campos magnéticos solares, liberando vastas quantidades de energia e acelerando partículas. Estes eventos são a força motriz por trás de erupções solares e ejeções de massa coronal (CMEs), que moldam o clima espacial e podem afetar infraestruturas críticas na Terra.
Liderado pelo Dr. Ritesh Patel, cientista pesquisador do Southwest Research Institute (SwRI), o estudo representa um avanço significativo ao permitir a observação direta deste fenômeno na coroa solar. "As medições e observações recebidas do encontro validaram modelos de simulação numérica que existem há décadas com algum grau de incerteza", afirmou Patel. "Os dados servirão como fortes restrições para modelos futuros e fornecerão um caminho para entender as medições solares da PSP de outros períodos e eventos."
A Sonda Solar Parker, lançada em 2018, é a única espaçonave a ter voado através da atmosfera superior do Sol, coletando dados in situ sobre plasma e campos magnéticos. Observações complementares da Solar Orbiter da Agência Espacial Europeia (ESA) apoiaram estas conclusões, fornecendo uma visão mais abrangente do evento e realçando a importância da cooperação internacional na exploração espacial.
A teoria da reconexão magnética foi proposta inicialmente na década de 1950 por James Dungey, com desenvolvimentos posteriores por cientistas como Peter Sweet e Eugene Parker, que dá nome à sonda. A compreensão aprofundada deste processo é vital para aprimorar as previsões do clima espacial, permitindo a proteção de sistemas tecnológicos essenciais contra os efeitos de tempestades solares.
O trabalho contínuo visa investigar a presença de mecanismos de reconexão acompanhados por turbulência ou flutuações nos campos magnéticos nas regiões solares identificadas pela Parker Solar Probe, abrindo novas avenidas para a pesquisa sobre o Sol e o clima espacial.