Uma descoberta arqueológica significativa foi feita na Fortaleza de Ayanis, localizada às margens do Lago Van, na Turquia. Arqueólogos desenterraram um esqueleto humano com aproximadamente 2.700 anos, notável pela preservação de tecido cerebral dentro do crânio. Este é o primeiro esqueleto humano encontrado neste sítio histórico, construído pelo Rei Urartiano Rusa II.
Os restos mortais pertencem a um jovem de 18 anos e foram encontrados adornados com joias e selos, sugerindo um alto status social na sociedade Urartiana. A preservação excepcional do tecido cerebral oferece aos cientistas uma oportunidade rara de estudar a biologia e a saúde de indivíduos de milênios atrás. Análises de DNA estão em andamento, conduzidas pelo Professor Dr. Yılmaz Selim Erdal da Universidade Hacettepe, com o objetivo de obter informações genéticas sobre a nobreza Urartiana.
A Fortaleza de Ayanis, datada entre 677-673 a.C., é um local crucial para a compreensão da arqueologia Urartiana, com escavações contínuas desde 1989. A civilização Urartiana floresceu entre os séculos IX e VI a.C., abrangendo partes das atuais Armênia, Turquia e Irã, e era conhecida por sua avançada arquitetura, metalurgia e organização militar.
A riqueza de artefatos recuperados em Ayanis, incluindo escudos e capacetes de bronze dedicados ao deus Haldi, reflete a habilidade artesanal e a devoção religiosa do povo Urartiano. Recentemente, escavações no local também revelaram 42 pithoi inscritos, grandes jarros de armazenamento que fornecem insights sobre os sistemas de gestão de recursos e a economia da época.
As escavações em andamento na Fortaleza de Ayanis visam tornar 75% da área do templo acessível aos visitantes ainda este ano, com o apoio do Ministério da Cultura e Turismo e do Governo de Van. O projeto também se concentra na preservação de estruturas de tijolos de barro para atrair mais turistas, promovendo o conhecimento sobre a civilização Urartiana e suas realizações.
A descoberta de tecidos cerebrais preservados, embora rara, contribui para um corpo crescente de evidências que sugerem que o tecido cerebral pode se preservar em circunstâncias mais comuns do que se pensava, possivelmente devido a fatores bioquímicos ou ambientais únicos. Pesquisas recentes indicam que mais de 4.400 cérebros humanos foram encontrados no registro arqueológico ao longo de 12.000 anos, com mais de 1.300 sendo os únicos tecidos moles preservados em restos esqueletizados.