Investidores estão atentos ao simpósio do Federal Reserve em Jackson Hole, Wyoming, em busca de indicações sobre um possível corte na taxa de juros em setembro. O presidente do Fed, Jerome Powell, é esperado para fornecer clareza sobre os próximos passos da política monetária.
Tony Pasquariello, chefe de estratégia de fundos de hedge na Goldman Sachs, expressou ceticismo quanto a um fluxo significativo de dinheiro dos fundos do mercado monetário, que totalizam US$ 7,186 trilhões, para o mercado de ações após um corte. Ele observou que, historicamente, os ativos em fundos do mercado monetário continuaram a crescer mesmo em períodos de taxas de juros ultrabaixas, citando a tendência após a crise financeira de 2007-2008. Pasquariello sugere que não há uma quantidade incomumente grande de dinheiro prestes a ser alocada em ações.
Em contrapartida, Ed Yardeni, da Yardeni Research, e o bilionário investidor Bill Ackman compartilham uma visão mais otimista. Yardeni acredita que um corte na taxa de juros poderia impulsionar ainda mais o mercado de ações dos EUA, potencialmente desencadeando um rali impulsionado pelo medo de ficar de fora (FOMO). Ackman também vê um potencial de alta, sugerindo que os recordes fundos do mercado monetário, que atingiram US$ 7,4 trilhões em julho, poderiam ser direcionados para ações se o Fed reduzir as taxas.
No mercado, o SPDR S&P 500 ETF Trust (SPY) registrou uma leve alta de 0,1%, alcançando US$ 643,96, enquanto o Invesco QQQ Trust Series 1 (QQQ) apresentou uma queda de 0,3%, negociado a US$ 575,29. ETFs de mercado monetário como SGVT e PMMF estavam sendo negociados em torno de US$ 100,37.
A análise de dados históricos, como a da LPL Financial, sugere que o S&P 500 historicamente teve um bom desempenho durante os ciclos de corte de juros, com ganhos médios significativos após os cortes iniciais. No entanto, especialistas como Yardeni alertam que um corte prematuro pode prejudicar a credibilidade do Fed e levar a um rali insustentável, que poderia ser seguido por uma correção acentuada.
As decisões futuras do Federal Reserve serão cruciais para as expectativas do mercado. A atenção se volta para o discurso de Powell em Jackson Hole, onde ele poderá sinalizar a intenção do Fed de cortar a taxa de juros em 25 pontos base em setembro, embora a possibilidade de ele manter uma postura cautelosa diante da inflação persistente também seja considerada. A dinâmica dos dados de inflação e do mercado de trabalho continuará a moldar essas decisões e o sentimento do investidor.