A capitalização realizada do Bitcoin atingiu um novo recorde de US$ 1,05 trilhão, de acordo com dados da Glassnode. Este marco sublinha a forte convicção dos investidores e o fortalecimento da base econômica da rede, mesmo com uma recente correção no preço à vista do Bitcoin.
A capitalização realizada, que avalia as moedas pelo seu último preço de transação em vez do valor de mercado atual, demonstra resiliência. Diferente da capitalização de mercado, que flutua diretamente com o preço, a capitalização realizada é ajustada apenas quando as moedas são gastas e reavaliadas. Essa robustez é atribuída à presença de ativos inativos, detentores de longo prazo e moedas perdidas, que atuam como estabilizadores. Historicamente, mercados em baixa anteriores viram a capitalização realizada cair em até 20%, mas o mercado atual está absorvendo a volatilidade com uma base mais sólida.
O aumento reflete uma mudança na percepção do Bitcoin, agora visto mais como um ativo fundamental do que especulativo. A entrada de capital institucional, evidenciada pelos fluxos de ETFs de Bitcoin que ultrapassaram US$ 14,8 bilhões em um período recente, tem sido um motor chave para essa maturação.
Paralelamente, um aumento na atividade de grandes detentores de Bitcoin, conhecidos como 'whales', tem levantado preocupações sobre a volatilidade de curto prazo. As transferências de 'whales' para exchanges atingiram uma média móvel de sete dias de quase 12.000 BTC, um nível não visto desde o início de novembro de 2024. Essa atividade sugere a possibilidade de realização de lucros ou rebalanceamento de portfólio, eventos que historicamente podem preceder correções de mercado. Por exemplo, em agosto de 2025, uma venda massiva de 24.000 BTC por um 'whale' causou uma queda de US$ 4.000 no preço do Bitcoin, resultando em mais de US$ 715 milhões em liquidações.
Apesar disso, a resiliência do mercado é reforçada pela adição de 16.000 BTC às carteiras de detentores de longo prazo, indicando uma confiança estrutural subjacente. Métricas on-chain como o NVT (Network Value to Transactions) e o Z-score MVRV sugerem que o Bitcoin está subvalorizado em relação à sua utilidade transacional, e que os detentores de longo prazo estão em uma zona de 'crença', com lucros não realizados excedendo 1,5x sua base de custo.
A movimentação de grandes volumes de Bitcoin por 'whales' para exchanges levanta a questão se o mercado está preparado para absorver o fluxo de oferta adicional e as potenciais pressões de venda. A capacidade do mercado de absorver essas transações, juntamente com a contínua entrada de capital institucional através de ETFs, será crucial para determinar a trajetória de preço do Bitcoin no curto prazo. A dinâmica atual apresenta um cenário de otimismo fundamental, temperado pela vigilância necessária diante das ações estratégicas dos grandes detentores de ativos digitais.
Em agosto de 2025, um 'whale' transferiu 24.000 BTC, causando uma queda de US$ 4.000 no preço do Bitcoin e mais de US$ 715 milhões em liquidações. Em contrapartida, detentores de longo prazo adicionaram 16.000 BTC às suas carteiras no mesmo período.