Warren Buffett, o icônico CEO da Berkshire Hathaway, anunciou sua intenção de se aposentar até o final de 2025. Em sua carta anual aos acionistas de 2025, Buffett designou Greg Abel, atual vice-presidente do conglomerado, como seu sucessor. Esta transição marca o fim de uma era para a Berkshire Hathaway, que sob a liderança de Buffett, acumulou um patrimônio notável e uma filosofia de investimento distinta.
Paralelamente ao anúncio de sua aposentadoria, a Berkshire Hathaway revelou um feito financeiro impressionante: suas reservas de caixa atingiram um recorde de US$ 334,2 bilhões no final de 2024. Essa montanha de capital reflete uma abordagem cautelosa e estratégica em meio a um cenário econômico global de incertezas. Essa acumulação de caixa não é inédita para a Berkshire; períodos semelhantes de alta liquidez precederam momentos de oportunidade no mercado, como a crise das pontocom em 1999 e a crise financeira global de 2007-2008. Apesar da vasta reserva de caixa, Buffett reafirmou o compromisso da empresa com investimentos em ações, com a maioria dos fundos alocada em negócios americanos. Um investimento notável que continua a receber atenção é a participação da Berkshire em cinco grandes empresas de trading japonesas, avaliadas em US$ 23,5 bilhões no final de 2024, demonstrando a confiança de Buffett nessas empresas de longo prazo. A sucessão de Greg Abel como CEO é vista como um passo natural e bem planejado, com Abel demonstrando um profundo entendimento da cultura e das operações da Berkshire Hathaway.
A Berkshire Hathaway não realizou recompras de ações no quarto trimestre de 2024. Essa pausa se deve, em parte, a um imposto de 1% sobre recompras de ações introduzido pela legislação recente. Buffett tem sido um defensor consistente da recompra de ações quando realizadas a preços vantajosos, mas a nova tributação, juntamente com a busca por oportunidades de investimento mais promissoras, molda a estratégia atual da empresa. O conselho de Buffett para investidores individuais permanece inalterado: a aposta em fundos de índice de baixo custo, como os que replicam o S&P 500, é a estratégia mais eficaz para a maioria. A empresa, sob a futura liderança de Abel, continuará a navegar no cenário financeiro com a mesma prudência e visão de longo prazo que definiram a era de Warren Buffett.