A África do Sul está a consolidar-se como um líder global no turismo regenerativo, um setor que visa não apenas minimizar o impacto ambiental, mas também restaurar ativamente ecossistemas e impulsionar o desenvolvimento das comunidades locais. Neste movimento transformador, as mulheres sul-africanas estão na vanguarda, liderando a indústria do turismo e moldando o futuro das viagens para experiências mais sustentáveis e restauradoras.
Este crescimento reflete uma mudança global em direção a viagens com propósito, onde a conexão com a natureza e a cultura local são prioridades. Profissionais como Bryony van Zyl, Chief People Officer da Dream Hotels & Resorts, e Zulfa Hendricks, Lead of Leisure Sales na mesma empresa, exemplificam a influência feminina no setor. Elas destacam como a empatia, a criatividade e uma mentalidade focada na comunidade, trazidas pelas mulheres, estão a impulsionar a adoção de práticas mais sustentáveis e a criar experiências de viagem autênticas e impactantes.
Os dados corroboram esta tendência: as mulheres ocupam 54% dos cargos de gestão de baixo e médio escalão na hotelaria sul-africana, superando a média nacional. Embora a disparidade salarial ainda exista, sendo 14,7% inferior à dos homens, é menor do que a média geral da economia. As viajantes mulheres, por sua vez, são um motor significativo do turismo regenerativo, influenciando as decisões de viagem e procurando cada vez mais experiências éticas, sustentabilidade e conexões profundas com as culturas locais.
A procura por opções sustentáveis é notória, com 87% dos fornecedores de turismo sul-africanos a reportarem um aumento nesta procura, e 78% a anteciparem um crescimento no interesse por "slow travel" e experiências imersivas. Na África do Sul, o turismo regenerativo foca-se no fortalecimento do tecido social das comunidades e na proteção ambiental. As mulheres estão a moldar experiências que promovem a equidade social, o património cultural e a gestão ambiental, tornando o destino cada vez mais apelativo para viajantes conscientes.
As Iniciativas de Turismo Comunitário (CBT) são cruciais neste processo, com as mulheres a desempenharem um papel central na garantia de que os benefícios do turismo retornam às comunidades. Projetos liderados por mulheres, especialmente em áreas como o Cabo Oriental, focam-se em envolver os visitantes em atividades educativas e culturais, ao mesmo tempo que apoiam o desenvolvimento local e a preservação das tradições. A visão de que "se as mulheres africanas se elevarem, a vida selvagem prosperará", defendida por líderes como Deborah Calmeyer, fundadora da ROAR AFRICA, encapsula o potencial transformador desta abordagem.
O turismo, como um dos setores económicos chave da África do Sul, tem a oportunidade de ser um motor de inclusão e sustentabilidade. Ao fomentar oportunidades para que as mulheres liderem e inovem, a indústria pode satisfazer melhor a crescente procura por viagens responsáveis e restauradoras, garantindo um futuro mais promissor e equitativo para o setor.