A Língua Pirahã: Um Desafio Linguístico Único na Amazônia

Editado por: Anna 🌎 Krasko

Os Pirahã são um grupo indígena de cerca de 700 pessoas que vivem na área do rio Maici, no noroeste do Brasil. Eles vivem uma vida seminômade em pequenas aldeias. Daniel Everett, um linguista, passou anos estudando a língua Pirahã, começando no final da década de 1970. Ele inicialmente visava convertê-los ao cristianismo, mas depois se concentrou em estudar sua língua e cultura.

A pesquisa de Everett sugere que a língua Pirahã possui palavras para "um" (hói) e "dois" (hoí), diferenciadas pela tonalidade. No entanto, ele argumentou mais tarde que essas palavras significam "pequena quantidade" e "quantidade maior", e não números específicos. A língua também carece de termos quantificadores como "todos" ou "cada". Além disso, diz-se que a língua não tem termos de cor e não tem conceito de história além de duas gerações.

Everett descobriu que o povo Pirahã tinha dificuldades para compreender conceitos numéricos, mesmo após meses de treinamento. Seu filho, Caleb, conduziu mais tarde experimentos confirmando essas dificuldades. Os Pirahã não conseguiam realizar tarefas matemáticas simples de forma consistente. Este trabalho desafiou as teorias de Noam Chomsky, que propôs que os humanos têm uma capacidade inata para a linguagem, conhecida como "gramática universal".

Everett argumentou que a língua Pirahã, moldada por sua cultura única, contradizia a ideia de Chomsky. No entanto, muitos linguistas criticaram as descobertas de Everett. Eles argumentam que as características gramaticais da língua Pirahã foram mal interpretadas. Apesar do debate, a língua Pirahã continua sendo um exemplo convincente de diversidade linguística, destacando as diversas maneiras pelas quais os humanos falam, contam e raciocinam.

Fontes

  • IFLScience

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