No início de 2025, a Coreia do Sul iniciou um ambicioso plano de integração da inteligência artificial (IA) no seu sistema de educação pública, com a introdução de livros didáticos digitais com IA para disciplinas como matemática e inglês. O objetivo era oferecer experiências de aprendizado personalizadas e adaptativas, visando reduzir as disparidades educacionais e alinhar-se às tendências globais de educação impulsionada por IA.
Contudo, a iniciativa rapidamente enfrentou forte oposição de pais, preocupados com o tempo excessivo de tela e a privacidade dos dados dos seus filhos, e de educadores apreensivos quanto à substituição dos seus postos de trabalho. Em agosto de 2025, o governo reverteu a política de obrigatoriedade dos livros didáticos com IA, cedendo à ampla resistência pública e a desafios técnicos e legais emergentes.
Uma legislação subsequente reclassificou os recursos de IA como "materiais educacionais", retirando-lhes o status oficial de livro didático e o financiamento associado. Esta mudança reflete ansiedades mais amplas sobre o impacto da IA no mercado de trabalho, com receios de que a automação de tarefas de ensino possa agravar a perda de empregos em setores competitivos.
Profissionais da área de tecnologia e educação veem a experiência sul-coreana como um alerta para mercados globais, evidenciando os riscos de uma adoção acelerada da IA sem a devida consideração pelas preocupações dos diferentes atores envolvidos. Os Estados Unidos, que avaliam integrações semelhantes de IA, podem aprender com estas armadilhas, compreendendo a necessidade de um planeamento cuidadoso e um engajamento robusto com todas as partes interessadas.
A Coreia do Sul, com esta guinada, sinaliza uma recalibração, reposicionando a IA como uma ferramenta complementar, em vez de um substituto para a instrução humana. Esta abordagem prioriza estruturas éticas e um modelo híbrido, onde a tecnologia aprimora, em vez de substituir, os papéis humanos na educação. O retrocesso sul-coreano ressalta a importância de abordar os riscos de privacidade, equidade e dependência associados à IA no ambiente educacional.
Discussões internacionais agora concentram-se na alfabetização midiática e no desenvolvimento de habilidades de pensamento crítico para navegar no cenário em constante evolução da IA. A experiência da Coreia do Sul serve como uma lição crucial para a comunidade educacional global, enfatizando a necessidade de implementação cautelosa, mecanismos de feedback eficazes e uma abordagem equilibrada para aproveitar o potencial da IA, ao mesmo tempo que se mitigam os seus riscos inerentes. A busca por um equilíbrio entre inovação tecnológica e a preservação do valor humano na educação é um desafio contínuo, que exige diálogo aberto e adaptação constante.