Conselho de Segurança da ONU Reimpõe Sanções ao Irã em Meio a Preocupações com Programa Nuclear
Editado por: Tatyana Hurynovich
O Conselho de Segurança das Nações Unidas votou nesta sexta-feira, 19 de setembro de 2025, pela reimposição de sanções econômicas contra o Irã, revertendo o alívio previamente concedido sob o acordo nuclear de 2015, conhecido como Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA).
A decisão, proposta pela Coreia do Sul, recebeu nove votos a favor da reimposição das sanções, quatro votos contra e duas abstenções, resultando na ativação automática do "snapback" das sanções anteriores da ONU. Essas medidas incluem restrições ao enriquecimento de urânio pelo Irã, além de proibições de armas, financeiras e de navegação. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) tem monitorado de perto as atividades nucleares do Irã, com relatórios recentes indicando um aumento significativo nos estoques de urânio enriquecido a níveis próximos aos de armas, ultrapassando os limites estabelecidos pelo JCPOA.
O Irã, por sua vez, tem defendido que seu programa nuclear é para fins pacíficos, acusando potências europeias de viés político e apresentando um plano que considera “razoável e acionável”. O Ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, reiterou o compromisso do país com o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP). A votação no Conselho de Segurança desta sexta-feira marca um momento crítico na gestão da questão nuclear iraniana.
A decisão do Conselho de Segurança reflete a complexa dinâmica geopolítica, com países como Rússia e China tradicionalmente se opondo a sanções mais rigorosas. O debate sobre a reimposição das sanções ocorre em um contexto de tensões regionais elevadas, particularmente entre o Irã e Israel, que tem expressado preocupações existenciais sobre o programa nuclear iraniano. As sanções anteriores, impostas a partir de 2006, tiveram um impacto econômico significativo no Irã, afetando suas exportações de petróleo e acesso a sistemas financeiros globais.
O JCPOA, assinado em 2015, buscou limitar o programa nuclear iraniano em troca de alívio das sanções, mas a retirada dos EUA do acordo em 2018 e a subsequente reimposição de sanções pelos EUA complicaram o cenário. A França, Alemanha e Reino Unido, como signatários do JCPOA, iniciaram o processo de "snapback" em agosto, citando o não cumprimento de compromissos por parte do Irã, incluindo o acúmulo de urânio enriquecido e a falta de cooperação com a AIEA. O presidente francês, Emmanuel Macron, sinalizou a expectativa de que as sanções fossem restabelecidas, indicando que as negociações com Teerã não foram consideradas “sérias”.
Fontes
Al Jazeera Online
The Washington Post
Al Jazeera
Security Council Report
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