Burkina Faso criminaliza homossexualidade com penas de prisão e multas
Editado por: Tatyana Hurynovich
Burkina Faso promulgou uma nova lei que criminaliza a homossexualidade, impondo sentenças de prisão e multas. A legislação, aprovada unanimemente pelo parlamento em 1º de setembro de 2025, altera o código de família para proibir atos homossexuais, com penas que variam de dois a cinco anos de reclusão e multas adicionais.
O Ministro da Justiça, Edasso Rodrigue Bayala, descreveu os atos homossexuais como "comportamento bizarro", enfatizando que a lei visa defender os valores tradicionais de casamento e família. Esta medida coloca Burkina Faso em linha com mais de metade dos 54 países africanos que possuem leis que proíbem a homossexualidade.
A decisão surge em um contexto de instabilidade política, com o país sendo governado por uma junta militar desde o golpe de Estado de 2022, liderada pelo Capitão Ibrahim Traoré. Traoré tem se posicionado como um defensor da independência africana, buscando afastar a influência ocidental, o que pode ter contribuído para a adoção de políticas que ressoam com sentimentos nacionalistas e tradicionais.
A criminalização da homossexualidade em Burkina Faso não é um evento isolado no continente. Nos últimos anos, observou-se um aumento significativo de legislações anti-LGBTQ+ em países como Uganda, que introduziu leis severas incluindo a pena de morte para certos atos, e Gana, que também aprovou legislação restritiva. Essa onda legislativa é vista por organizações de direitos humanos como uma regressão nos direitos humanos em África, contrastando com a descriminalização ocorrida em países como Angola e Gabão.
Historicamente, muitas sociedades africanas pré-coloniais possuíam visões mais fluidas de gênero e sexualidade, distintas das normas ocidentais impostas durante o período colonial. A atual criminalização é vista por muitos como um legado dessa imposição de valores europeus.
A situação em Burkina Faso levanta preocupações sobre a compatibilidade dessas leis com os padrões internacionais de direitos humanos e o impacto sobre a comunidade LGBTQ+ no país. A comunidade internacional tem expressado preocupação, instando as nações africanas a protegerem os direitos de todos os seus cidadãos, independentemente de sua orientação sexual ou identidade de gênero. A resistência a essas leis, no entanto, continua por parte de ativistas e defensores dos direitos humanos em todo o continente, que lutam pela dignidade e pelo direito de existir sem medo.
Fontes
Daily Mail Online
Burkina Faso bans homosexuality with prison terms and fines for offenders
Burkina Faso passes law criminalising homosexuality
Burkina Faso's military junta to ban homosexual acts
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