Barita: Um Olhar Profundo Sobre a História dos Oceanos Terrestres
Editado por: Inna Horoshkina One
A barita, um mineral com uma história geológica que se estende por 3,5 mil milhões de anos, oferece uma perspetiva única sobre a evolução dos oceanos terrestres. Os seus processos de formação sofreram transformações significativas, refletindo as mudanças na geoquímica e biologia do nosso planeta.
Nos antigos oceanos do Arqueano, antes da oxigenação, a barita formava-se principalmente pela mistura de fluidos hidrotermais ricos em bário com águas contendo sulfato. Estes depósitos ancestrais, originários de fontes profundas, fornecem evidências das condições oceânicas primitivas e do ciclo inicial dos elementos. Acredita-se que estes depósitos arqueanos se formaram em fontes termais rasas, onde águas subterrâneas interagiram com águas ricas em sulfato, desencadeando a precipitação da barita.
Os oceanos modernos testemunham a formação de barita associada à biomassa microbiana, como diatomáceas e biofilmes bacterianos. Este processo é impulsionado pela decomposição da matéria orgânica, libertando bário que precipita em microambientes, destacando o papel crucial dos micróbios na química marinha atual. Estudos indicam que bactérias marinhas precipitam barita através de um processo de biomineralização mediado metabolicamente, sendo que a barita não precipita na presença de bactérias mortas, ao contrário das culturas vivas. A matéria orgânica em decomposição e as substâncias poliméricas extracelulares (EPS) produzidas por bactérias criam microambientes que promovem a concentração de bário, levando à supersaturação local e à nucleação da barita.
Como um arquivo da química da água do mar e da produtividade biológica, a composição da barita em registos sedimentares ilumina eventos importantes na história da Terra. A taxa de acumulação de barita marinha em sedimentos pelágicos oxigenados pode ser utilizada para reconstruir as mudanças na produtividade oceânica ao longo do tempo. A barita é um indicador amplamente utilizado para estimar a produção de exportação passada no oceano, com uma correlação robusta entre as taxas de acumulação de barita e a exportação de carbono para o oceano profundo. A investigação sobre a barita em sedimentos marinhos, incluindo a sua morfologia, pode fornecer informações sobre as condições biogeoquímicas dentro dos agregados de matéria orgânica.
O estudo contínuo da barita aprofunda a nossa compreensão dos ciclos biogeoquímicos marinhos e do impacto da atividade microbiana no ciclo do carbono do oceano. A barita é um mineral altamente estável no ambiente marinho, formando-se em associação com a atividade bacteriana dentro de agregados de matéria orgânica em decomposição em profundidades intermediárias. A sua resistência à alteração diagenética torna-a um arquivo valioso para estudos paleoambientais.
Fontes
Nature
The Origin of Barite Deposits from the Archean
An experimental investigation of barite formation in seawater
Formation of modern and Paleozoic stratiform barite at cold methane seeps on continental margins
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